Cinco anos após a contaminação das cervejas da Backer em Belo Horizonte, as vítimas ainda não receberam as indenizações previstas em acordo com o Ministério Público. O processo criminal contra os responsáveis pela tragédia, que resultou em dez mortes e deixou pelo menos 19 pessoas com sequelas permanentes, permanece sem conclusão e aguarda decisão judicial. O caso voltou a ganhar destaque após a recente descoberta de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo.
A intoxicação ocorreu em 2020, quando consumidores da cerveja Belorizontina apresentaram sintomas graves causados pela presença de dietilenoglicol e monoetilenoglicol, substâncias tóxicas usadas como anticongelantes. Em setembro daquele ano, o Ministério Público denunciou 11 pessoas, incluindo sócios-proprietários da cervejaria, por crimes como homicídio culposo, lesão corporal e contaminação de produto alimentício. Em agosto de 2025, o processo entrou em fase final de alegações, mas ainda não há previsão para sentença.
Na esfera cível, um acordo firmado em 2023 previa o pagamento de indenizações às vítimas e seus familiares, mas foi suspenso devido à recuperação judicial da empresa. Advogados que representam as vítimas criticam a demora na reparação, ressaltando os danos permanentes sofridos pelas famílias. O caso evidencia desafios na responsabilização e na proteção dos consumidores diante de intoxicações por produtos adulterados.