Pesquisadores identificaram um novo vírus, o Naiavírus, nas águas do rio Paraguai, no município de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul. Este vírus é considerado o maior com cauda já descrito pela ciência, medindo cerca de 1.350 nanômetros, e infecta exclusivamente amebas, diferindo dos patógenos que causam doenças em humanos. Sua descrição foi publicada na revista científica Nature Communications em 17 de setembro e liderada por Jônatas Abrahão, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG).
O Naiavírus possui um genoma imenso, com quase 1 milhão de pares de bases de DNA, e muitos de seus genes não têm semelhança com nada já registrado pela ciência. Além disso, as proteínas do supervírus podem estar ligadas a uma divergência muito antiga na evolução da vida na Terra. Os cientistas acreditam que essas características podem abrir novas portas para pesquisas biotecnológicas e contribuir para esclarecer questões fundamentais sobre a formação de células eucarióticas primitivas.
A descoberta foi resultado da análise de 439 amostras de água, sendo que sinais do vírus foram encontrados em uma amostra específica coletada em Porto Murtinho. O estudo envolveu a colaboração de diversas instituições, incluindo a Fiocruz e a Virginia Tech, e pode ter implicações significativas na produção de fármacos e no entendimento da biologia evolutiva. Com informações da Agência Fapesp.