As mudanças climáticas são um dos maiores desafios do século 21, com um estudo de quase 12 mil cientistas de 153 países classificando o problema como uma emergência global. Embora os impactos sejam globais, os países em desenvolvimento, como o Brasil, enfrentam consequências mais severas devido à sua menor capacidade de resposta. Nesse cenário, a Espanha se destaca com experiências de adaptação que oferecem lições valiosas para o Brasil, especialmente as observadas em Barcelona durante um pós-doutorado financiado pelo CNPq.
Barcelona tem investido em soluções baseadas na natureza nas últimas três décadas, como superblocos e corredores ecológicos, que visam reduzir inundações e melhorar o conforto térmico urbano. Essas iniciativas incluem telhados e paredes verdes, além de sistemas de drenagem que facilitam a infiltração da água da chuva. A cidade também é conhecida por seus refúgios climáticos, espaços acessíveis onde a população pode se proteger de temperaturas extremas, um modelo que poderia beneficiar comunidades vulneráveis no Brasil.
Apesar das falhas no modelo espanhol, como a falta de infraestrutura adequada em algumas áreas, a experiência da Espanha demonstra que é possível avançar na adaptação climática com a colaboração entre governos e sociedade civil. Para o Brasil, incorporar práticas sustentáveis e adaptadas à realidade local pode trazer ganhos significativos na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, especialmente em um contexto de inundações e ondas de calor cada vez mais frequentes.
