O CEO da Ford, Jim Farley, afirmou nesta terça-feira (30) que as vendas de veículos totalmente elétricos nos Estados Unidos podem cair até 50% a partir de outubro, quando será encerrado o programa federal de incentivos que concedia até US$ 7.500 por unidade. Atualmente, os carros elétricos representam entre 10% e 12% do mercado americano, um recorde recente, mas Farley prevê que essa participação pode ser reduzida para cerca de 5% com o fim dos subsídios.
Farley explicou que o benefício foi retirado pelo governo Trump por meio do pacote One Big Beautiful Bill Act, que eliminou os incentivos para veículos elétricos, mantendo apenas os destinados a carros produzidos nos EUA, independentemente da motorização. O executivo destacou que o alto custo dos veículos elétricos ainda é um fator limitante para os consumidores, que têm demonstrado maior interesse por modelos híbridos. A Ford está revisando suas projeções de demanda e ajustando sua produção para responder a essas mudanças.
As alterações nas políticas públicas exigirão adaptações na indústria automotiva, especialmente na utilização das fábricas de baterias e na capacidade produtiva de veículos elétricos. A montadora pretende equilibrar a produção entre modelos totalmente elétricos, como a picape F-150 Lightning e o Mustang Mach-E, e híbridos, para atender a um mercado mais cauteloso diante do aumento dos custos. O setor terá que se ajustar rapidamente a um cenário menos previsível e com menor apoio governamental.