A condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado alterou profundamente a dinâmica política da direita brasileira. Embora ainda cumpra prisão domiciliar, o ex-presidente se aproxima do momento em que poderá ser transferido para o regime fechado, o que acelerou os movimentos do Centrão, que pressiona Bolsonaro a indicar um sucessor antes de perder protagonismo. O nome que mais se destaca é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto como herdeiro natural do bolsonarismo e já apoiado por dirigentes do PP, União Brasil e Republicanos.
A movimentação ganhou força após a leitura da sentença que deixou Bolsonaro inelegível. Interlocutores do Centrão avaliam que o tempo corre contra a direita, e se não houver uma definição rápida, outras lideranças poderão se consolidar. “Não dá para deixar um vácuo de comando. A direita precisa de um nome competitivo e viável”, afirmou um aliado de Ciro Nogueira, presidente do PP. Enquanto isso, Tarcísio tenta equilibrar sua imagem entre a prioridade em São Paulo e as demandas políticas em Brasília.
Com a iminente nova etapa da pena de Bolsonaro, a direita enfrenta um dilema: escolher um sucessor sob sua bênção ou arriscar perder apoio da militância fiel. A disputa pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro reflete essa tensão, com o PL buscando manter Bolsonaro como centro das atenções, enquanto partidos do Centrão trabalham para construir uma candidatura viável sem a família Bolsonaro. O cenário é complexo e pode definir os rumos das eleições presidenciais de 2026.