Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, afirmou que o desfile militar realizado na China em 3 de setembro de 2025, que marcou o 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa, foi uma celebração contra o fascismo. Durante uma coletiva de imprensa em Pequim, Amorim, que participou do evento ao lado de Dilma Rousseff e do embaixador brasileiro na China, Marcos Galvão, destacou que a presença de um ex-primeiro-ministro japonês no desfile não tinha conotação hostil. Ele expressou sua satisfação com o evento e ressaltou a importância de se defender a paz.
O diplomata também se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping e entregou uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfatizando a necessidade de cooperação entre Brasil e China em um cenário global marcado por tensões. Amorim criticou o estado atual do sistema multilateral, afirmando que ele está “em frangalhos” e que instituições como a Organização Mundial do Comércio (OMC) estão sendo questionadas pelos Estados Unidos. Ele defendeu uma reforma nas organizações internacionais para torná-las mais representativas das necessidades do Sul Global.
Além disso, Amorim abordou as dificuldades nas negociações comerciais com os EUA, destacando que as questões políticas estão interferindo nas tratativas econômicas. Ele alertou que o Brasil está disposto a negociar, mas que as imposições políticas tornam o processo desafiador. O embaixador concluiu que a cooperação e o comércio são essenciais para enfrentar instabilidades globais e que é necessário um diálogo mais construtivo entre as nações.