O Catar é palco nesta segunda-feira, 15, de uma cúpula emergencial com países da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) após os bombardeios de Israel a Doha, capital catari, na semana passada. Obtido pela agência de notícias Reuters, um rascunho da declaração conjunta, que será divulgada ao final do encontro, condena os ‘atos hostis de Israel, incluindo genocídio, limpeza étnica e fome’ por ameaçarem ‘as perspectivas de paz e coexistência’. A resolução também delineará medidas concretas contra Tel Aviv.
A operação, que marcou o primeiro ataque já registrado contra o território soberano de um país do Golfo Pérsico, resultou na morte de seis membros do grupo palestino radical Hamas. Os militantes estavam em Doha para negociações de um acordo de cessar-fogo — o Catar é um dos principais mediadores da guerra na Faixa de Gaza. Após o bombardeio a Doha, Netanyahu acusou o governo catari de abrigar terroristas, enviando um recado claro sobre as consequências para países que acolhem esses grupos.
Em meio à escalada das tensões na região, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, afirmou que o ataque israelense ‘matou qualquer esperança’ para os reféns ainda mantidos em Gaza. Ele definiu o bombardeio como ‘terrorismo de Estado’ e indicou que o Catar reavaliará seu papel como mediador no conflito. O país é considerado um importante aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio e abriga a maior base militar americana na região.