Um casal de Belo Horizonte, formado pela historiadora Kelly Cristina da Silva e pelo sociólogo Fábio Rodrigo Vicente Tavares, enfrenta um impasse no registro do nome de sua filha recém-nascida, Tumi Mboup. O cartório rejeitou a solicitação alegando que ‘Mboup’ seria um sobrenome, não um segundo nome composto. A escolha do nome é uma afirmação cultural e política para os pais, que buscam honrar suas raízes africanas e resistir ao processo de colonização.
Após a negativa inicial no Cartório de Venda Nova, o casal recorreu a outro cartório e entrou com um pedido judicial para registrar o nome completo da criança. Enquanto isso, a falta de um registro impede que a menina tenha acesso a serviços básicos de saúde e que os pais usufruam das licenças maternidade e paternidade. O significado do nome escolhido é profundo: ‘Tumi’ representa lealdade, enquanto ‘Mboup’ é um sobrenome comum em várias nações africanas, especialmente no Senegal.
A situação levanta questões sobre a aceitação de nomes de origem africana no Brasil e a importância da identidade cultural. O casal aguarda uma resposta do Tribunal de Justiça de Minas Gerais até o dia 2 de outubro, na esperança de que sua luta por reconhecimento e direitos seja atendida. A escolha do nome é uma forma de conexão com as raízes africanas e uma declaração política em um contexto de desigualdade racial.