O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou nesta segunda-feira, 8, durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que o governo federal já monitorava possíveis irregularidades nas aposentadorias desde 2023. No entanto, ele reconheceu que não tinha noção da extensão das fraudes, que só foram dimensionadas após investigações da Polícia Federal. Lupi destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou conhecimento das irregularidades apenas no dia da operação deflagrada pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Lupi lembrou que a Polícia Federal havia iniciado investigações em 2016 e 2020 sobre fraudes na Previdência, mas ambas foram arquivadas. Ele admitiu que a instrução normativa elaborada pelo INSS em 2024 para regular os descontos de mensalidades associativas não teve o efeito esperado. O ex-ministro reconheceu que houve falhas na atuação do INSS e defendeu uma ação mais enérgica para coibir esses desvios.
Além disso, Lupi propôs a revisão dos descontos de créditos consignados nos benefícios de aposentados e pensionistas. A CPMI também avançou na convocação de ex-ministros e outros envolvidos nas fraudes, com estimativas apontando que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente entre 2019 e 2024. O governo federal informou que aproximadamente 2 milhões de beneficiários já aderiram ao acordo de ressarcimento dos valores descontados sem autorização.