A menos de um mês das eleições legislativas na Argentina, o deputado José Luis Espert, um dos principais candidatos apoiados pelo ultradireitista Javier Milei, está sob investigação por suposto recebimento de recursos financeiros ligados ao narcotráfico. Em fevereiro de 2020, Espert teria recebido uma transferência de 200 mil dólares oriunda do fideicomisso Aircraft Guarantee Corporation, administrado por Federico Machado, empresário atualmente detido na Argentina e alvo de pedido de extradição pelos Estados Unidos por crimes relacionados a tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Machado é acusado pelas autoridades norte-americanas de integrar uma complexa rede do Cartel de Sinaloa, utilizando empresas para fraudes e ocultação da titularidade de aeronaves usadas no transporte de cocaína. Ele está preso na Argentina desde abril de 2021, aguardando decisão da Suprema Corte sobre sua extradição. A denúncia contra Espert foi formalizada por adversários políticos após revisão documental que apontou irregularidades em sua campanha presidencial de 2019 e crescimento patrimonial significativo entre 2022 e 2024.
O caso levanta questionamentos sobre o financiamento político na Argentina e pode afetar a campanha do movimento liderado por Milei. Além disso, reforça a atenção das autoridades às conexões entre agentes políticos e organizações criminosas, com possíveis desdobramentos judiciais e impacto na confiança pública durante o processo eleitoral.