No último domingo (7), mais de cem praticantes e simpatizantes das religiões de matriz africana se reuniram em Brasília para o evento ‘Caminhos para Exu’, que celebra a fé e a resistência dos povos de terreiros. A escolha da data remete ao orixá Exu, simbolizando a união entre o espiritual e o material, e busca combater a intolerância religiosa. A cantora Kika Ribeiro, uma das idealizadoras do evento, enfatizou a importância de mostrar que esses grupos existem e estão vivos, promovendo um espaço de respeito entre diferentes crenças.
O evento, que tomou conta de um trecho da avenida W3 Sul, foi apoiado pela Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles e atraiu adeptos do candomblé, umbanda, quimbanda e outras manifestações espirituais. Marina Mara, coordenadora cultural da biblioteca, ressaltou que o encontro promoveu a comunicação e a comunhão entre os participantes, evidenciando a riqueza cultural das religiões afro-brasileiras. Além disso, a exposição ‘Cartas à Tereza’, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela, foi prorrogada para coincidir com o evento.
Com dados do Censo de 2022 indicando que 1% da população brasileira pratica essas religiões, um aumento significativo desde 2010, o evento ‘Caminhos para Exu’ reflete um movimento crescente contra a intolerância religiosa. Apesar dos avanços, as religiões de matriz africana ainda enfrentam preconceito e violência. A yalórisá Francys de Óya destacou que o objetivo é desmistificar a imagem de Exu, reafirmando sua bondade e amor, e promovendo uma mensagem de alegria e prosperidade entre os participantes.