A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados decidiu investigar as causas do desabamento do aterro sanitário Ouro Verde, em Padre Bernardo, Goiás, que foi interditado após uma avalanche de lixo em junho. A deputada Erika Kokay (PT-DF) convocou uma reunião com especialistas e autoridades para discutir os impactos ambientais, sociais e econômicos do incidente. Como resultado, a comissão apresentará requerimentos para que a Comissão de Meio Ambiente e a Comissão de Direitos Humanos realizem visitas técnicas ao local, além de solicitar investigações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à Polícia Federal.
O aterro Ouro Verde recebia resíduos de cidades vizinhas, especialmente do Distrito Federal, e funcionava irregularmente dentro da área de proteção ambiental da bacia do rio Descoberto. O desmoronamento poluiu a bacia do rio do Sal e afetou o córrego Santa Bárbara, prejudicando a fauna, a produção rural e o abastecimento de água. Apesar de embargos do Ministério Público de Goiás e de órgãos ambientais, o aterro continuava em operação, evidenciando a fragilidade na gestão de resíduos sólidos na região.
A gerente de emergências em saúde pública da Secretaria de Saúde de Goiás, Cristina Paragó, informou que um comitê de crise foi criado para combater a proliferação de moscas e monitorar a qualidade da água. A representante do Fórum Defesa das Águas, Lúcia Mendes, alertou sobre os impactos na população local, que enfrenta problemas como falta de acesso à água e infestações. O episódio serve como um alerta para evitar novos empreendimentos sem critérios técnicos adequados.