Líderes da Câmara dos Deputados do Brasil, incluindo membros da base governista, acreditam que o projeto de lei da anistia, que busca perdoar presos e condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, deve avançar na Casa após a conclusão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é que a sentença seja divulgada até a terceira semana de setembro. Durante uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), partidos como PP, União, Republicanos e PSD manifestaram apoio à proposta. O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), reconheceu que há uma chance significativa de a anistia progredir, especialmente após a participação ativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), nas negociações. Os integrantes da base governista consideram que o investimento na pauta da anistia é fundamental para reconquistar o eleitorado de Jair Bolsonaro nas eleições de 2026. O presidente da Câmara enfatizou que o tema precisa ser enfrentado nos próximos dias e planeja uma nova reunião sobre o assunto até quinta-feira. O líder do PL, Sostenes Cavalcante (PL-RJ), expressou otimismo quanto ao avanço da matéria, ressaltando a necessidade de um texto que beneficie não apenas os participantes diretos dos atos de 8 de janeiro, mas também aqueles acusados de incitar ou organizar a tentativa de golpe, incluindo Jair Bolsonaro. Contudo, os militares envolvidos em planos contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin seriam excluídos da anistia. Líderes centristas alertam que qualquer proposta deve ser acordada com ministros do STF, especialmente com o relator Alexandre de Moraes, evitando um confronto direto com a Corte.