O Brasil registrou uma desaceleração na criação de empregos formais em agosto, conforme dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nesta segunda-feira (29). Foram abertas 147,3 mil vagas com carteira assinada, o menor saldo para o mês desde o início da série histórica. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que os números indicam uma perda de ritmo no mercado de trabalho, apesar do saldo ainda superar o registrado em julho.
O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa a criação de 182 mil vagas. Em resposta, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) subiram, refletindo a postura conservadora do Banco Central diante das pressões inflacionárias e do mercado de trabalho aquecido. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, destacaram o desconforto da autoridade monetária com a desancoragem das expectativas inflacionárias. Analistas projetam que a taxa Selic deve permanecer elevada até pelo menos março de 2026.
Apesar da desaceleração no emprego, os salários médios de admissão e demissão apresentaram leve alta real em agosto. No campo fiscal, a Advocacia-Geral da União (AGU) está avaliando uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a meta fiscal anual, buscando evitar surpresas para o governo e gestores públicos. O secretário Ceron ressaltou que o processo de recursos é natural e está sendo conduzido para garantir estabilidade nas contas públicas.