O café brasileiro pode ter tarifas zeradas nos Estados Unidos após um decreto assinado por Donald Trump, que inclui o produto entre os possíveis beneficiados. A expectativa do setor cafeeiro aumentou com a aproximação diplomática entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia Geral da ONU, onde ambos expressaram interesse em se reunir na próxima semana. Essa movimentação reacende as esperanças de um acordo que possa destravar as exportações brasileiras ao mercado norte-americano, fortemente impactadas por tarifas anteriores.
O decreto de 5 de setembro estabelece que produtos como café e cacau poderão ser isentos de taxas, desde que o país exportador firme um acordo comercial com os Estados Unidos. Antes da imposição de tarifas de 50% em agosto, o Brasil era o principal fornecedor de café para os EUA, detendo cerca de um terço do mercado. Após a medida, as exportações despencaram, e a Alemanha superou os Estados Unidos como maior compradora do grão brasileiro, afetando gravemente o setor.
Entidades como a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e o Conselho de Exportadores de Café (Cecafé) interpretam a aproximação entre os presidentes como um sinal positivo para futuras negociações comerciais. Pavel Cardoso, presidente da Abic, destaca que a isenção tarifária reconhece a importância do café para a indústria norte-americana, enquanto Marcos Matos, do Cecafé, enfatiza que a retomada do diálogo é essencial para viabilizar um acordo que permita a recuperação das exportações brasileiras ao mercado dos EUA.