O setor cafeeiro brasileiro vê um novo horizonte para suas exportações aos Estados Unidos, quase dois meses após a imposição de tarifas elevadas por Donald Trump. Um decreto assinado pelo presidente americano no início de setembro inclui o café entre os produtos que podem ter isenção de tarifas, enquanto um aceno de Trump a Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia-Geral da ONU sugere a possibilidade de uma reunião entre os líderes. Essa interação, segundo especialistas, pode abrir caminho para um acordo comercial que beneficie o setor.
O decreto de Trump, que trata das chamadas “tarifas recíprocas”, reconhece que produtos como café e cacau, que não são cultivados nos EUA, podem ser isentos de taxas. Antes da imposição da tarifa de 50% em agosto, o Brasil era responsável por cerca de um terço do mercado americano de café. Com a Alemanha superando os EUA como maior compradora do grão brasileiro, o setor vê a possibilidade de um acordo bilateral como uma chance crucial para recuperar sua posição no mercado.
A expectativa em torno do encontro entre Lula e Trump é alta, com representantes do setor afirmando que a “química” entre os presidentes pode ser determinante para a retomada das exportações. Pavel Cardoso, presidente da Abic, e Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, destacam que o café está no radar dos dois líderes e que um acordo poderia não apenas reverter a queda nas vendas, mas também fortalecer as relações comerciais entre Brasil e EUA.