Empresas de mineração de criptomoedas estão firmando contratos com geradoras brasileiras para explorar o excedente de energia renovável do país, sem sobrecarregar a rede elétrica nos horários de pico. Entre os projetos em negociação, destaca-se um empreendimento de até 400 megawatts, além de iniciativas menores, impulsionadas pelo recente investimento da gigante Tether no Brasil.
O setor de mineração, que valida transações digitais por meio de máquinas que consomem muita energia, ainda é incipiente no país. Contudo, pode contribuir para mitigar o desperdício crônico de energia limpa, causado pelo ritmo acelerado da geração solar e eólica que supera a capacidade da infraestrutura de transmissão. Empresas como Renova Energia e Eletrobras já desenvolvem projetos pioneiros na Bahia e outras regiões do Nordeste, que concentram o maior excedente energético.
Apesar das oportunidades, o avanço da mineração enfrenta desafios como a necessidade de regulamentação específica, limitações na infraestrutura e preocupações ambientais relacionadas ao uso da água para resfriamento das máquinas. Ainda assim, o setor pode posicionar o Brasil como um hub global para data centers e fortalecer a economia renovável, atraindo investimentos e diversificando o consumo energético.