As bolsas da Europa encerraram a sessão desta terça-feira (2) com quedas acentuadas, refletindo a pressão exercida pela disparada dos rendimentos dos títulos públicos, que atingiram máximas em anos. Os temores fiscais, aliados à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, que apresentou leve aceleração, intensificaram a aversão ao risco entre os investidores. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,50%, enquanto os principais índices de Londres, Frankfurt, Paris e Milão também registraram perdas significativas.
O rendimento do Gilt britânico de 30 anos alcançou o maior nível desde 1998, aumentando as pressões sobre o governo britânico para considerar elevações de impostos no próximo orçamento. Na Alemanha, o juro do Bund atingiu sua máxima desde 2011, e o rendimento do OAT francês subiu ao patamar mais alto desde 2009. Especialistas do Deutsche Bank alertam para um ciclo vicioso, onde as crescentes preocupações fiscais elevam os rendimentos, piorando a dinâmica da dívida.
No cenário macroeconômico, a taxa anual do CPI da zona do euro subiu para 2,1% em agosto, contrariando previsões de estabilidade. Apesar disso, o Banco Central Europeu (BCE) deve manter as taxas de juros inalteradas por um período prolongado. Entre as movimentações corporativas, a Banca Monte dei Paschi di Siena aumentou sua oferta de aquisição pelo Mediobanca, enquanto a Nestlé anunciou a nomeação de um novo CEO após uma investigação interna.