O ministro Roberto Barroso finaliza seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima segunda-feira, 29 de setembro de 2025, em um momento crítico para a Justiça brasileira. Ele será sucedido pelo ministro Edson Fachin e deixa a presidência enquanto o STF avança na fase final dos julgamentos da tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2023, que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por liderar uma organização criminosa. Barroso enfatizou a necessidade de pacificação nacional e a importância de respeitar as instituições democráticas durante sua gestão.
A saída de Barroso ocorre sob intensa pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, que impuseram sanções a ministros do STF em resposta ao julgamento de Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, e Barroso classificou o processo como um divisor de águas na história do Brasil, ressaltando que foi conduzido de forma pública e transparente. Ele também criticou a interpretação equivocada das autoridades norte-americanas sobre os eventos no Brasil, afirmando que as sanções resultam de uma incompreensão da situação política brasileira.
Com o término do julgamento do núcleo ligado a Bolsonaro, Barroso acredita que o foco político deve se deslocar para as eleições presidenciais de 2026, permitindo um respiro antes do pleito. Os próximos julgamentos dos núcleos restantes estão agendados para outubro, e a Procuradoria-Geral da República já pediu a condenação de 30 dos 31 réus envolvidos na trama golpista. A conclusão desses processos é vista como essencial para evitar que o tema se prolongue no debate eleitoral.