O ministro Luís Roberto Barroso fez um balanço de sua gestão à frente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que se encerrou nesta segunda-feira, 29 de setembro de 2025. Edson Fachin assumirá a presidência da Corte, com um mandato de dois anos. Em um artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, Barroso afirmou que os julgamentos dos atos do 8 de janeiro e da tentativa de golpe foram fundamentais para consolidar a democracia no Brasil, apesar dos desgastes políticos envolvidos. Ele ressaltou que esses momentos difíceis eram inevitáveis e essenciais para a estabilidade institucional do país.
Barroso também comentou sobre o papel do STF em comparação com outras cortes ao redor do mundo, destacando a abrangência da Constituição brasileira e o acesso facilitado à Corte por meio de ações diretas. Ele observou que os julgamentos são públicos e transmitidos ao vivo, conferindo ao Supremo um protagonismo nas questões mais divisivas da sociedade. O ministro reconheceu que as críticas ao papel da Corte são legítimas, mas lembrou que esse arranjo institucional possibilitou o mais longo período de estabilidade da história republicana brasileira, sem os horrores da ditadura.
Entre as questões mais divisivas mencionadas por Barroso estão o tema das drogas, as plataformas digitais, o sistema prisional e a proteção ambiental. Ele enfatizou que democracias enfrentam desafios, mas aqueles que viveram sob regimes autoritários sabem que a liberdade é um bem precioso. A gestão de Barroso no STF é marcada por sua defesa da democracia e pela busca de um diálogo construtivo em tempos de polarização política.