O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, definiu como mais uma ‘missão difícil’ o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Em evento realizado no Rio de Janeiro, Barroso ressaltou que essa missão deve ser cumprida ‘sem interferências’, independentemente de sua origem, referindo-se a possíveis pressões externas, incluindo do governo norte-americano. Ele reiterou que o papel do judiciário é julgar com base na Constituição e na legislação vigente.
Barroso lembrou que a história do Brasil é marcada por golpes e tentativas de quebra da legalidade, mas afirmou que desde 1988 o país vive uma normalidade democrática, apesar de episódios como os eventos de 8 de janeiro. O presidente do STF acredita que a democracia brasileira está se fortalecendo e se distanciando do extremismo, enfatizando que a polarização é uma característica inerente ao sistema democrático. ‘Na democracia, quem ganha leva. Quem perde pode concorrer outra vez’, afirmou Barroso.
As declarações de Barroso refletem a importância da independência judicial em momentos críticos e a necessidade de proteger a democracia contra ameaças internas e externas. O julgamento de Bolsonaro e dos outros réus será um teste significativo para o STF e para a estabilidade política do Brasil, em um cenário onde as tensões políticas ainda são palpáveis. A expectativa é que o tribunal mantenha sua imparcialidade e cumpra seu papel constitucional sem ceder a pressões externas.

