O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, declarou nesta segunda-feira (8) que os julgamentos realizados pela Corte são fundamentados em provas e não em disputas políticas ou ideológicas. Suas declarações foram feitas um dia após manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acusaram os ministros do STF de promoverem uma “ditadura de toga” durante o julgamento de uma suposta trama golpista. Barroso afirmou que aguardará o término do julgamento para se pronunciar oficialmente em nome da Corte, enfatizando que o processo penal deve ser pautado por evidências e não por ideologias.
O julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados, que começou na semana passada, está sendo conduzido pela Primeira Turma do STF. Durante as sustentações orais, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se favoravelmente à condenação dos réus. A partir desta terça-feira (9), o colegiado iniciará a votação, que pode resultar em penas superiores a 30 anos de prisão para os envolvidos, incluindo figuras proeminentes como ex-ministros e diretores de agências governamentais.
Barroso também rebateu tentativas de associar o julgamento atual aos abusos da ditadura militar no Brasil, ressaltando que o devido processo legal é garantido atualmente. Ele destacou que o julgamento ocorre de forma transparente e pública, ao contrário do que acontecia no passado. A expectativa é que a decisão da Corte tenha implicações significativas para a política brasileira e para a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro.