O Banco do Brasil (BBAS3) está enfrentando um dos anos mais desafiadores de sua trajetória em 2025, conforme declarado por executivos da instituição em uma reunião realizada em Nova York. A alta da inadimplência, especialmente no setor agro, que atingiu 3,49% no fim de junho, reflete as dificuldades enfrentadas devido a excessos de chuvas no Sul e à seca no Nordeste, impactando diretamente os resultados financeiros e a distribuição de dividendos esperados para o ano. Com uma revisão na estimativa de lucro líquido para R$ 20,6 bilhões, uma queda de 45% em relação aos R$ 37,9 bilhões de 2024, o Banco do Brasil anunciou uma redução na projeção de pagamento de dividendos de 40% a 45% para 30% do lucro.
O dividend yield (DY) estimado para 2025 é de 4,8%, o que significa que um investimento de R$ 10 mil renderia R$ 480 brutos em proventos ao longo do ano. Comparativamente, outros bancos como Itaú Unibanco e Bradesco apresentam dividend yields mais altos, de 7,6% e 8%, respectivamente. Embora a maioria das corretoras mantenha uma recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil, o Citi elevou sua recomendação para compra, citando medidas governamentais recentes que podem aliviar o custo de risco e ampliar o capital até 2026.
A Medida Provisória (MP) 1314, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permite ao governo utilizar superávit financeiro para oferecer crédito extraordinário de R$ 12 bilhões a produtores rurais afetados por eventos climáticos. Essa ação pode representar uma oportunidade para o Banco do Brasil se recuperar em um cenário desafiador. No entanto, analistas alertam que a recuperação pode ser lenta e incerta, destacando a assimetria negativa de riscos enfrentada pela instituição financeira.