O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, que rejeitou a proposta do Banco de Brasília (BRB) para adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master. O pedido de aquisição foi protocolado pelo BRB em 28 de março e visava criar um conglomerado financeiro com ativos estimados em R$ 100 bilhões. O BRB solicitou acesso à íntegra da decisão do BC para entender os fundamentos da negativa e avaliar alternativas viáveis, destacando que a transação representaria uma oportunidade estratégica para o banco e seus clientes.
A operação, que já havia recebido a anuência do CADE em junho e autorização do governo do Distrito Federal em agosto, previa que o BRB assumisse o controle efetivo do Banco Master, mesmo sem a maioria acionária. O plano de negócios estimava um acréscimo de R$ 1,5 bilhão ao resultado do BRB nos próximos cinco anos, com projeção de lucro líquido de R$ 2,7 bilhões até 2029. A negativa do BC surge em um contexto de movimentações no Congresso para alterar a lei de autonomia da autoridade monetária, o que pode ter implicações significativas para o setor financeiro nacional.
Atualmente, a demissão do presidente e diretores do BC só pode ocorrer em situações específicas, como pedido próprio ou condenação por improbidade. No entanto, um novo projeto de lei propõe uma quinta possibilidade de demissão, relacionada à condução das atividades de forma “incompatível com os interesses nacionais”. Essa proposta tramita sem relator na Câmara dos Deputados e pode influenciar as decisões futuras do BC em relação a aquisições e operações financeiras.