A disfunção erétil, uma condição frequentemente cercada de tabus, tem registrado um aumento significativo nos atendimentos médicos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que os procedimentos ambulatoriais para impotência sexual quase dobraram nos últimos cinco anos, com um crescimento notável desde 2019, exceto em 2020 devido à pandemia de Covid-19. Essa mudança reflete uma nova abordagem em relação à saúde sexual masculina, que está sendo encarada com mais seriedade.
O urologista Rafael Ambar, do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, explica que a tendência de aumento nos atendimentos pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo o aumento da expectativa de vida e a valorização da qualidade de vida entre os idosos. Além disso, a crescente prevalência de obesidade e problemas de saúde mental também está associada à disfunção erétil. A disseminação de informações pela internet tem contribuído para reduzir o constrangimento que muitos homens sentiam ao buscar ajuda médica.
Apesar do aumento nos atendimentos, o estigma em torno da disfunção erétil ainda persiste, dificultando a busca por tratamento. Ambar ressalta que muitos homens ainda se sentem pressionados a manter um ideal de masculinidade que associa desempenho sexual à virilidade. Para combater esse preconceito, é fundamental promover mudanças sociais e oferecer apoio emocional, facilitando o diálogo sobre saúde sexual e encorajando os homens a procurarem ajuda médica quando necessário.