Um ataque hacker à Sinqia resultou no desvio de aproximadamente R$ 710 milhões do sistema Pix, com a maior parte dos valores já bloqueados pelo Banco Central. O incidente, que ocorreu na última sexta-feira, representa o segundo grande roubo em dois meses, após um desvio de mais de R$ 800 milhões em junho. A Sinqia, responsável pela conexão entre o Banco Central e instituições financeiras, informou que as transações não autorizadas foram realizadas por meio da exploração de credenciais legítimas de fornecedores de TI.
O Banco Central já bloqueou R$ 589 milhões, correspondendo a 83% do total desviado, e técnicos do regulador admitem que medidas mais rigorosas são necessárias para fechar as brechas exploradas por criminosos. A intenção é implementar regras mais restritivas para as fintechs e bancos, além de considerar um prazo maior para a liquidação de transações de alto valor, visando aumentar a segurança no sistema. O ataque também evidenciou a fragilidade das prestadoras de serviços tecnológicos, que têm acesso a informações sensíveis.
Em resposta ao ataque, a Sinqia suspendeu o processamento de transações e iniciou uma investigação forense. As instituições afetadas, como HSBC e Artta, garantiram que os clientes não foram impactados diretamente, pois as contas envolvidas eram utilizadas apenas para liquidação interbancária. O Banco Central deve priorizar a segurança do sistema financeiro nos próximos meses, enquanto busca equalizar as regras entre fintechs e bancos tradicionais.