Um grupo de artistas lançou uma petição contra a decisão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), de rescindir o contrato com a Sustenidos, organização responsável pela gestão do Complexo Theatro Municipal desde 2021. O convênio, avaliado em R$ 565,3 milhões, está sendo contestado pelos artistas, que afirmam que a prefeitura ameaça quebrar o contrato antes do prazo e entregar o teatro a uma entidade escolhida sem chamamento público. Essa ação, segundo eles, colocaria em risco a programação já contratada e provocaria instabilidade administrativa.
A decisão de Nunes foi motivada por notificações do Tribunal de Contas do Município (TCM) e pelo pedido de 28 vereadores para encerrar o vínculo com a Sustenidos. A situação se agravou após a recusa da entidade em demitir um funcionário, Pedro Guida, que criticou Charlie Kirk, um ativista norte-americano de direita. A postagem de Guida nas redes sociais, na qual ele comparou Kirk a nazistas, gerou reações negativas entre políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os artistas ressaltam que essa mudança abrupta na gestão do Theatro Municipal pode afetar não apenas a programação cultural da cidade, mas também a estabilidade administrativa da instituição. A mobilização em defesa da Sustenidos reflete uma preocupação mais ampla sobre a liberdade de expressão e as consequências políticas das críticas feitas por funcionários públicos. O desdobramento dessa situação poderá impactar significativamente o cenário cultural em São Paulo.