Em meio a decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, expressou preocupações sobre a pressão política que o Federal Reserve enfrenta. Neste domingo (14), Donald Trump reiterou seu pedido para demitir Lisa Cook, diretora do Fed, o que reacendeu o debate sobre a autonomia da instituição. Fraga descreveu essa situação como “muito estranha” e “perigosa”, ressaltando que, apesar dos problemas conjunturais, o funcionamento do banco central americano é geralmente eficaz.
Fraga também abordou o cenário brasileiro, que considera igualmente preocupante. Ele mencionou uma recente ameaça do Congresso de alterar a lei que garante a autonomia do Banco Central, permitindo demissões de diretores. Essa proposta, apoiada por partidos do Centrão, poderia comprometer a estabilidade da autarquia e sua capacidade de conduzir a política monetária de forma independente.
Além das questões de autonomia, Fraga destacou a importância de discutir temas macroeconômicos no contexto eleitoral de 2026, como a relação entre dívida e PIB. Ele acredita que um novo presidente deve ter um mandato forte para implementar reformas necessárias e evitar crises recorrentes. Para Fraga, é crucial priorizar a austeridade e o crescimento sustentável para garantir um futuro econômico mais estável para o Brasil.