No dia 13 de setembro de 2025, o jornal argentino ‘Página 12’ publicou a identificação do corpo do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, que desapareceu em março de 1976 durante uma visita a Buenos Aires. O músico, que tinha apenas 35 anos na época, foi visto pela última vez ao sair do hotel Normandie para comprar sanduíches e cigarros, sendo posteriormente assassinado por militares envolvidos na Operação Condor. Seu corpo foi encontrado crivado de balas e enterrado sem identificação no cemitério de Benevídez.
A confirmação da identidade de Tenório Júnior foi realizada pela Equipo Argentino de Antropología Forense (EAAF), que utilizou impressões digitais para validar a informação. A descoberta traz à tona a memória dos crimes cometidos durante a ditadura militar na América Latina, que resultou na morte de cerca de 30 mil pessoas. A família do pianista, composta por sua mulher e cinco filhos, foi informada sobre a identificação por meio da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) do Brasil e pelo procurador Iván Marx.
Este desdobramento não apenas encerra um capítulo trágico da história de Tenório Júnior, mas também reitera a importância da verdade e da justiça em relação aos abusos cometidos durante regimes autoritários. A identificação do corpo é um passo significativo para as famílias que buscam respostas sobre o destino de seus entes queridos desaparecidos e destaca a necessidade contínua de reconhecimento e reparação histórica na região.