Na Argentina, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é calculado com base em hábitos de consumo que remontam aos anos 2000, como a compra de jornais impressos e DVDs. Segundo Analía Calero, docente da UCA, essa metodologia desatualizada não considera as mudanças significativas nos padrões de consumo, como o uso de serviços de streaming e smartphones. A última atualização do IPC ocorreu em dezembro de 2016, e especialistas alertam que a falta de uma reformulação completa tem consequências diretas na precisão dos dados sobre inflação.
Recentemente, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) anunciou que está em processo de atualização do IPC, com previsão de conclusão até o fim do ano. A nova metodologia deverá incluir uma cesta de produtos mais representativa, aumentando o número de itens monitorados de 609 para 500 mil e o número de informantes de 16,7 mil para 24 mil. Essa mudança é considerada essencial para refletir melhor as variações nos custos e aprimorar a qualidade dos dados, especialmente em um contexto econômico desafiador.
A atualização do IPC é vista como um passo crucial para a recuperação econômica da Argentina sob a gestão do presidente Javier Milei. Com a inflação apresentando uma queda significativa nos últimos meses, especialistas acreditam que a nova medição poderá elevar os números oficiais e oferecer uma visão mais precisa da realidade econômica do país. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também apoia essa reformulação, ressaltando a importância de dados atualizados para a tomada de decisões econômicas eficazes.