A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o donanemabe, um anticorpo monoclonal indicado para tratar as fases iniciais da doença de Alzheimer. Com um custo mensal entre R$ 30 mil e R$ 35 mil e sem cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento gera debates sobre seu custo-benefício e eficácia, que é limitada a cerca de 30% dos pacientes. Especialistas alertam que o tratamento não cura a doença, apenas retarda os sintomas, e sua utilização depende de um diagnóstico precoce, que continua sendo um desafio no Brasil.
O donanemabe, comercializado como Kisunla, atua na proteína beta-amiloide, associada à perda de memória. Apesar das expectativas geradas pela aprovação, a comunidade médica questiona a viabilidade de prescrever um tratamento tão caro sem garantias de melhora significativa. Além disso, o medicamento exige monitoramento constante devido a potenciais efeitos colaterais, como micro-hemorragias cerebrais, e exames dispendiosos para avaliar a resposta ao tratamento.
A decisão da Anvisa ocorre em um contexto onde a ciência ainda busca entender melhor a doença de Alzheimer, que afeta milhões globalmente. Enquanto isso, práticas como manter o convívio social e realizar atividades intelectuais são recomendadas para retardar o declínio cognitivo. A rejeição da aprovação do donanemabe pela Agência Europeia de Medicamentos em abril ressalta a necessidade de mais estudos sobre sua eficácia e segurança.