A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 1º de setembro de 2025, o uso do mirvetuximabe soravtansina, comercialmente conhecido como Elahere. Este é o primeiro tratamento direcionado para pacientes com câncer de ovário que não respondem mais à quimioterapia padrão à base de platina e que apresentam o receptor de folato alfa (FRα). O medicamento é um conjugado anticorpo-fármaco que visa destruir células tumorais, preservando a maior parte das células saudáveis.
A aprovação do Elahere se baseia em um estudo clínico que envolveu mais de 450 pacientes e demonstrou uma redução de 35% no risco de progressão da doença em comparação à quimioterapia convencional. Além disso, os resultados mostraram que as pacientes tratadas com o novo medicamento viveram, em média, 16,5 meses, em comparação aos 12,7 meses do grupo que recebeu quimioterapia. A oncologista Kathleen Moore destacou a importância do teste para identificar quais pacientes podem se beneficiar do tratamento.
Com a aprovação da Anvisa, o Elahere passa a integrar o arsenal terapêutico disponível no Brasil, onde o câncer de ovário é uma das principais causas de morte por câncer ginecológico. Embora ainda não haja definição sobre sua inclusão no rol da ANS ou no Sistema Único de Saúde (SUS), especialistas consideram essa liberação um marco importante, já que não havia novas opções terapêuticas para essa condição há mais de oito anos.