O antropólogo Eduardo Brondízio, professor na Universidade de Indiana e na Unicamp, foi agraciado com o Prêmio Tyler 2025, uma das mais prestigiadas honrarias na área ambiental, frequentemente referida como o Nobel do meio ambiente. Sua pesquisa explora a interação entre desenvolvimento regional, mercados e mudanças climáticas, focando nas respostas coletivas das comunidades rurais da Amazônia e sua influência sobre a urbanização e a qualidade de vida.
Brondízio destaca que a COP30, que ocorrerá em breve, é um momento crucial para abordar os impactos climáticos que se tornam cada vez mais evidentes. Ele ressalta que as últimas conferências não geraram os avanços esperados e que há uma expectativa significativa para que esta COP produza um acordo mais eficaz sobre emissões de gases de efeito estufa e um plano abrangente para investimentos em adaptações climáticas, priorizando as populações mais vulneráveis.
Além disso, Brondízio menciona os avanços nas últimas três décadas, como a criação de áreas protegidas e a demarcação de terras indígenas, que têm sido fundamentais para bloquear a expansão do desmatamento. No entanto, ele alerta que esses avanços ocorrem em um contexto de crescente desmatamento e urbanização desordenada, que ameaçam a sustentabilidade das comunidades e dos ecossistemas locais. A interconexão entre áreas urbanas, rurais e indígenas na Amazônia é um fator crítico para a governança ambiental futura da região.