A cientista política Priscila Lapa analisa a proposta de anistia em discussão no Congresso Nacional, destacando sua força política e os entraves enfrentados pelos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo Lapa, a pauta serve como um recado do Legislativo ao Judiciário, refletindo uma certa unanimidade suprapartidária, mas pode resultar em desgaste para os líderes se levada ao plenário.
O debate sobre a anistia ocorre em um contexto de disputas sobre os limites da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e a utilização de recursos políticos, como as emendas Pix. Lapa ressalta que a proposta se tornou moeda de troca nas negociações políticas, com interesses que vão além da direita bolsonarista. A cientista observa que a resistência do Congresso em aceitar limitações à sua atuação está ligada à proteção de recursos financeiros sem maiores restrições.
A análise de Lapa sugere que a proposta de anistia não é apenas uma questão isolada, mas parte de um embate maior entre os poderes. A discussão sobre a anistia e a PEC da Blindagem revela a tentativa da classe política de responder ao que consideram ativismo do Judiciário, enquanto buscam garantir sua autonomia e recursos. Assim, o futuro da proposta permanece incerto, dependendo das dinâmicas políticas em jogo.