A Anistia Internacional Brasil retornou ao Rio Grande do Sul nesta semana para dar continuidade ao trabalho iniciado em maio, quando lançou o relatório “Quando a Água Toma Tudo”. O documento expôs a negligência do poder público diante da tragédia climática de 2024, que afetou cerca de 94,77% dos municípios do estado, impactando mais de 2,4 milhões de pessoas. Nesta quinta-feira (11), a organização se reuniu com movimentos sociais para discutir a situação atual e anunciou que entregará uma carta ao governo estadual, ressaltando que os compromissos assumidos não foram cumpridos.
A diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, afirmou que, meses após as denúncias, a organização voltou ao estado para verificar se as promessas feitas pelas autoridades estavam sendo respeitadas. Segundo ela, o Plano Rio Grande prioriza obras de infraestrutura em detrimento das necessidades sociais da população afetada. A Anistia criticou a falta de inovação nas ações de reconstrução e alertou que, sem adaptações adequadas às mudanças climáticas, o estado pode estar se preparando para novas tragédias.
Durante o encontro, a Anistia se comprometeu a trabalhar com movimentos sociais para desenvolver novas estratégias de pressão sobre o governo. A organização estruturou sua atuação em três eixos: moradia e políticas sociais, reconstrução com reparação e justiça, e governança participativa. Além disso, a Anistia planeja entregar cartas à presidência da COP30 em 2025, enfatizando a necessidade de colocar as pessoas no centro das discussões sobre mudanças climáticas e direitos humanos.