As cotações das carnes de boi e porco se mantiveram firmes no fechamento de agosto de 2025, enquanto os preços do frango registraram quedas, conforme análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba. A estiagem limitou a oferta de gado a pasto, levando a uma concentração da comercialização em lotes confinados, o que ajudou a sustentar os preços no atacado mesmo diante de um consumo moderado.
Os preços do suíno vivo e da carne de porco apresentaram altas desde o fim do primeiro semestre de 2025, contrariando o padrão típico de recuos para essa época do ano. A demanda aquecida no início de agosto e a continuidade dessa procura na segunda metade do mês contribuíram para que as cotações não recuassem como normalmente ocorre. Em contraste, as cotações dos produtos avícolas caíram, refletindo um enfraquecimento da demanda na segunda quinzena do mês e um aumento nos custos dos insumos, como milho e farelo de soja.
As implicações dessa análise são significativas para o mercado de carnes no Brasil. A alta nos preços do boi e do porco pode indicar uma pressão inflacionária no setor alimentício, enquanto a queda nos preços do frango pode afetar a competitividade dessa proteína no mercado interno. Além disso, as restrições às exportações devido à gripe aviária têm pressionado os valores das carnes, criando um cenário complexo para produtores e consumidores.