O estado do Amapá vive uma grave emergência de saúde vegetal provocada pela vassoura-de-bruxa da mandioca, uma doença que tem devastado as lavouras essenciais para a subsistência de comunidades indígenas e agricultores locais. Nos últimos doze meses, a praga se espalhou por oito dos 16 municípios do estado, resultando na perda de roças inteiras e alterando drasticamente o cotidiano da população. O cacique Edimilson Oliveira expressa a gravidade da situação: “Perder a roça é perder uma vida”, ressaltando a importância da mandioca na alimentação e cultura dos povos indígenas.
Diante da calamidade, o governo do Amapá lançou uma estratégia inovadora ao formar Agentes Ambientais Indígenas (Agamins) para atuar diretamente nas aldeias. Recentemente, dez indígenas foram contratados para levar informações sobre como combater a doença, utilizando conhecimentos técnicos e protocolos de prevenção. A iniciativa visa não apenas controlar a praga, mas também fortalecer os laços comunitários e preservar a cultura local, uma vez que ainda não há variedades resistentes ou tratamentos eficazes disponíveis.
A situação exige atenção urgente, pois a vassoura-de-bruxa não representa apenas uma perda econômica, mas uma ameaça à identidade cultural das comunidades afetadas. Pesquisadores de diversas origens, incluindo alemães, estão se unindo aos esforços locais para encontrar soluções e variedades resistentes. O futuro da mandioca no Amapá depende da colaboração entre as comunidades indígenas e as iniciativas científicas para enfrentar essa crise.