Aidenor Aires, um proeminente nome da literatura goiana, apresenta uma profunda reflexão sobre a linguagem e a condição humana em suas obras. Em ‘Geografia da Palavra’ (2010), ele introduz o conceito de ‘cartografia da palavra’, onde a linguagem é vista não apenas como um meio de comunicação, mas como um espaço complexo que reflete tanto pertencimento quanto exílio. Aires argumenta que cada texto é um território a ser explorado, traçando as coordenadas da experiência íntima e coletiva.
No livro ‘A Solidão Pública’ (2014), o autor aprofunda sua análise sobre a vida urbana contemporânea, marcada por uma paradoxal mistura de superexposição e isolamento. Ele critica uma sociedade em que a comunicação de massa intensifica o sentimento de alienação, ecoando as ideias de pensadores como Guy Debord e Hannah Arendt. Para Aires, a solidão pública é uma manifestação da desconexão que persiste mesmo em meio à multidão, refletindo uma perda de sentido e pertencimento.
A intersecção entre a cartografia da palavra e a solidão pública revela a busca de Aires por dar sentido ao deserto da solidão contemporânea. Através de sua escrita, ele propõe que a linguagem pode ser um caminho para a conexão humana, mesmo quando essa busca se revela um ato solitário. Assim, suas obras se tornam um convite à reflexão sobre o papel da palavra na construção de laços sociais em um mundo cada vez mais isolado.