Agricultores franceses realizam protestos em diversas regiões do país, como Versailles e Occitânia, contra a ratificação do acordo de livre-comércio com o Mercosul. Convocada pela FNSEA e Jeunes Agriculteurs, a mobilização denuncia a entrada de produtos importados que não seguem os rigorosos padrões sanitários e ambientais exigidos na Europa. Na última sexta-feira, cerca de 100 agricultores se reuniram em frente ao Palácio de Versailles, clamando por uma resposta do presidente Macron às suas preocupações sobre a concorrência desleal.
Os agricultores expressam sua insatisfação com a possibilidade de produtos latino-americanos entrarem no mercado europeu sem os mesmos controles que enfrentam os produtos locais. O presidente da FNSEA, Arnaud Rousseau, destacou a urgência da situação, afirmando que a falta de ação pode desestabilizar as propriedades agrícolas na França. As mobilizações incluem ações simbólicas em supermercados e alfândegas, onde os agricultores tentam alertar os consumidores sobre a origem dos produtos.
A pressão dos agricultores pode influenciar o governo francês a adotar uma postura mais rígida em relação ao acordo com o Mercosul, que já está em processo de ratificação pela Comissão Europeia. O Brasil, como principal fornecedor de carne bovina e frango do bloco, pode ser diretamente afetado por essa situação, uma vez que a ratificação é crucial para ampliar seu acesso ao mercado europeu. O desfecho dessa mobilização poderá ter implicações significativas para as relações comerciais entre a França e o Brasil.
