Fernando Ferrari, advogado e ex-deputado estadual, foi detido pela Polícia Militar na noite de quarta-feira (10) após um protesto na Favela do Moinho, localizada no centro de São Paulo. A manifestação visava chamar a atenção do governo federal para a situação das famílias na comunidade e exigia o cumprimento de um acordo de moradia firmado entre os governos estadual e federal. Segundo Ferrari, o ato buscava garantir direitos humanos e uma saída segura para os moradores.
O protesto foi reprimido com o uso de bombas de gás pela PM na avenida Rio Branco, uma importante via da capital paulista. Após a dispersão do ato, Ferrari foi abordado por policiais do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e relatou uma abordagem violenta, afirmando que mesmo ao se render, foi tratado de forma truculenta. Ele permaneceu detido por cerca de sete horas e, após ser liberado, realizou um exame de corpo de delito.
A manifestação ocorreu após a Operação Sharpe, que resultou na prisão de lideranças da comunidade, gerando temores entre os moradores sobre uma possível desmobilização forçada. O governo federal anunciou um acordo que prevê a concessão de carta de crédito para a compra de imóveis, mas moradores afirmam que as promessas não foram cumpridas. O Ministério das Cidades reiterou seu compromisso com o acordo, garantindo recursos para as famílias afetadas.