O advogado Celso Vilardi anunciou nesta quarta-feira (3) que fará um balanço do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ex-presidente é acusado de tentativa de golpe de Estado. Vilardi, que se pronunciou após a sustentação oral, destacou que Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, não é obrigado a comparecer ao tribunal e que sua saúde está debilitada. Ele defendeu que não há provas que liguem Bolsonaro aos atos de 8 de janeiro de 2023 ou a planos para assassinar autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O advogado argumentou que a reunião realizada em 7 de dezembro de 2022 entre Bolsonaro, o ministro da Defesa e os chefes das Forças Armadas não pode ser interpretada como uma tentativa armada contra o Estado democrático. Vilardi criticou ainda a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, considerando-a um escândalo que pode criar precedentes perigosos no país. O julgamento, que envolve outros sete réus, pode se estender até 12 de setembro e levanta questões sobre a validade das provas apresentadas pela Procuradoria Geral da República.
A 1ª Turma do STF, composta por ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, analisa o caso em meio a um clima tenso, com a defesa de Bolsonaro contestando a legitimidade das acusações. A expectativa é alta em relação ao desfecho do julgamento, que poderá ter implicações significativas para o futuro político do ex-presidente e para a estabilidade institucional no Brasil. A defesa já indicou nove advogados para representar Bolsonaro, com Vilardi sendo um dos principais nomes.