Luciana Dadalto, advogada e presidente da organização Eu Decido, defende a morte assistida como um complemento essencial aos cuidados paliativos, especialmente para aqueles que não encontram alívio em tratamentos convencionais. Em suas declarações, Dadalto enfatiza a importância da autonomia e dignidade no fim da vida, propondo que a morte assistida seja uma opção para pacientes maiores de 18 anos que enfrentam sofrimento insuportável. A Eu Decido visa criar uma legislação que permita o suicídio assistido no Brasil, alinhando-se a cerca de 80 entidades semelhantes em mais de 30 países.
A organização, que conta com o apoio de profissionais da saúde e busca dialogar com o Legislativo, reconhece os desafios enfrentados, como a resistência do Conselho Federal de Medicina. Dadalto destaca que a morte assistida é uma realidade em 16 países, com diferentes abordagens legais, e menciona o caso do poeta Antonio Cícero, que optou pelo suicídio assistido na Suíça. A Eu Decido também planeja realizar uma pesquisa de opinião sobre o tema e desenvolver materiais informativos sobre direitos relacionados à autonomia no fim da vida.
Com um manifesto que defende a vida como um direito e a morte como parte natural da existência, a Eu Decido busca promover discussões sobre a dignidade no processo de morrer. A advogada ressalta que a organização não encoraja o suicídio nem fornece meios para a morte assistida, mas acredita que cada indivíduo deve ter a liberdade de decidir sobre seu próprio sofrimento. O movimento visa provocar um debate amplo e inclusivo sobre o tema no Brasil.