Cinco anos após a assinatura dos Acordos de Abraão, a Arábia Saudita se vê diante de desafios significativos para expandir suas relações com Israel. Em 15 de setembro de 2020, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu líderes israelenses e árabes na Casa Branca para formalizar um tratado histórico de normalização. Entretanto, a proposta de anexação da Faixa de Gaza pelo governo de Benjamin Netanyahu e o ataque do Hamas em outubro de 2023 criaram um ambiente hostil para novas negociações.
A reaproximação entre a Arábia Saudita e Israel, que parecia promissora, agora enfrenta sérios entraves. Especialistas apontam que a continuidade do plano de anexação por parte de Israel e a falta de reconhecimento da Palestina como um território autônomo são fatores que dificultam a inclusão da monarquia saudita nos Acordos de Abraão. Gunther Rudzit, professor de relações internacionais, destaca que enquanto Netanyahu mantiver sua posição, será “praticamente impossível” avançar nas negociações.
As implicações desse cenário são profundas, pois a guerra em Gaza não apenas prejudica as relações diplomáticas, mas também gera preocupações entre os países já signatários dos acordos. A possibilidade de uma anexação total do território palestino por Israel poderia resultar no rompimento das relações e no fim das pretensões de Trump para a paz no Oriente Médio. Apesar dos desafios, os Acordos de Abraão já promoveram um aumento no turismo e na troca comercial entre os países signatários, mas o futuro das negociações permanece incerto.