O Hospital de Emergência do Agreste (HEA), localizado em Arapiraca, Alagoas, divulgou um informe epidemiológico preocupante sobre casos de violência sexual entre 2023 e o primeiro semestre de 2025. Segundo os dados, 62% das ocorrências foram registradas em residências, com 88% das vítimas tendo menos de 19 anos, o que evidencia a vulnerabilidade de crianças e adolescentes. O relatório também revela que a maioria dos agressores era conhecida das vítimas, destacando a necessidade urgente de medidas preventivas.
Além dos casos de violência sexual, o informe aponta mais de mil notificações de outras formas de violência contra mulheres no mesmo período. A maioria das vítimas tinha entre 20 e 39 anos, e novamente as residências foram identificadas como o principal local de ocorrência. A coordenadora do Serviço de Epidemiologia Hospitalar do HEA, Ana Lúcia Alves, ressaltou que os dados devem servir como base para políticas públicas locais que visem a prevenção e o acolhimento das vítimas.
A subnotificação é um problema significativo, já que muitas vítimas não denunciam seus agressores devido ao medo ou vergonha. As coordenadoras do HEA destacaram a importância da conscientização e da união de esforços para enfrentar essa questão. Elas incentivaram as vítimas a denunciarem através dos canais apropriados, como o Disque 100 e a Polícia Militar, ressaltando que os números apresentados são reflexos de vidas afetadas pela violência e que ações efetivas são necessárias para mudar essa realidade.