A secretária de Cultura de Goiás, Yara Nunes, expressou forte desaprovação à decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de autorizar a passagem do BRT Norte-Sul pela Praça Cívica, em Goiânia. Segundo ela, essa medida compromete o conjunto arquitetônico art déco tombado e descaracteriza um dos principais símbolos da capital. Yara classificou a decisão como ‘um verdadeiro absurdo’, acusando o órgão de adotar critérios contraditórios em sua atuação.
A secretária ressaltou que o próprio prédio do Iphan, localizado na Praça Cívica, já passou por reformas que alteraram sua estrutura original, evidenciando uma contradição inaceitável para quem deveria proteger o patrimônio. Além disso, Yara criticou a retirada de árvores para a instalação das estações do BRT, afirmando que o replantio não substitui uma árvore madura que já desempenha seu papel ambiental. A Praça Cívica abriga 22 edificações art déco tombadas pelo Iphan, um dos maiores acervos do estilo no Brasil.
Yara Nunes também mencionou outros impasses envolvendo o Iphan em Goiás, como a paralisação da construção do novo Cavalhódromo de Pirenópolis e a deterioração da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, sem ações efetivas do órgão. Ela concluiu que, em vez de valorizar as riquezas culturais do estado, o Iphan tem se envolvido em questões políticas que prejudicam projetos importantes. A reportagem tentou contato com o Iphan para um posicionamento, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.