Na apresentação trimestral dos resultados dos fundos imobiliários da XP Asset Management, o gestor Evandro Santos destacou que o segundo trimestre de 2025 foi marcado por um cenário macroeconômico desafiador. Entretanto, apesar disso, de acordo com Santos, o setor imobiliário brasileiro tem se mostrado resiliente. O grande ponto de atenção foi a disparada da Selic para 15%, o maior patamar em quase 20 anos, impactando diretamente o custo de financiamento. Santos afirmou que o mercado imobiliário é altamente dependente de funding e que tanto empresas quanto compradores enfrentam condições mais duras devido aos juros altos.
Santos ressaltou que, mesmo assim, o desempenho das incorporadoras continua forte, especialmente com o programa Minha Casa Minha Vida, que registra vendas expressivas. No cenário internacional, a política tarifária dos Estados Unidos gerou volatilidade nos mercados globais, afetando também o Brasil. Apesar de um aumento nas tarifas sobre o país em julho, as bolsas brasileiras superaram os 140 mil pontos antes da correção. No campo doméstico, novos impostos impactaram diretamente o mercado financeiro, mas os dados do setor imobiliário surpreenderam positivamente.
O gestor reconheceu que os fundos de crédito imobiliário vivem uma situação paradoxal: enquanto os investidores buscam yields mais altos, isso implica em custos elevados para as empresas. A XP Asset investiu cerca de R$ 230 milhões em novos CRIs e observou uma redução na emissão desses papéis. Apesar das dificuldades impostas pela Selic elevada, que resulta em taxas médias de financiamento entre 14% e 15%, a demanda habitacional permanece robusta, com um aumento significativo nas vendas nos últimos 12 meses. Santos concluiu que o cenário exige cautela, mas também oferece oportunidades relevantes para investidores que sabem selecionar os ativos certos.