NOVA IORQUE (Reuters) – A recuperação de Wall Street e a valorização do dólar não conseguiram dissipar as preocupações dos investidores sobre a capacidade dos ativos dos EUA de se destacarem em relação aos mercados internacionais. A recente imposição de tarifas comerciais pelo governo dos Estados Unidos, que afeta diversos parceiros comerciais, reacendeu o pessimismo entre os agentes financeiros.
A desvalorização do dólar, que caiu cerca de 8% em 2023 em comparação a uma cesta de moedas, e o crescente déficit fiscal estão gerando incertezas sobre a atratividade dos mercados financeiros norte-americanos. Lori Heinel, diretora global de investimentos da State Street Investment Management, afirmou que a posição do mercado parece "um pouco abalada", citando o excesso de dívida do governo como um fator que torna menos atraente a manutenção de ativos em dólares.
Uma pesquisa da consultoria CoreData revelou que 47% dos investidores institucionais e consultores estão reduzindo suas alocações estratégicas para os mercados dos EUA, refletindo uma mudança significativa nas expectativas em relação ao desempenho dos ativos americanos. Enquanto isso, o otimismo em relação a mercados como Europa e China está em ascensão, marcando uma reversão nas atitudes dos investidores em comparação com dois anos atrás.
As novas tarifas, que impactam países como Canadá, Brasil, Índia e Taiwan, provocaram uma queda nos mercados globais, com analistas do Société Générale observando que a reação foi menos severa do que em meses anteriores, mas ainda assim indicativa de um clima de incerteza crescente. A situação exige uma reavaliação cuidadosa das estratégias de investimento por parte dos gestores de ativos, que agora enfrentam um cenário mais complexo e desafiador.