Na quinta-feira, 28 de agosto de 2025, familiares de 63 pessoas assassinadas durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) receberam certidões de óbito retificadas. Os documentos reconhecem as mortes como ‘não naturais, violentas, causadas pelo Estado’, em um evento realizado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, presente na cerimônia, enfatizou a importância do reconhecimento das vítimas e a necessidade de cura social após anos de repressão.
Evaristo destacou que o ato simboliza uma reparação histórica para aqueles que foram perseguidos por defender direitos e liberdade durante o regime militar. Ela ressaltou que as certidões anteriormente apresentavam causas falsas para as mortes, como suicídio ou acidentes, e que muitas famílias não tinham recebido qualquer documentação do Estado. A presidente da comissão de mortos e desaparecidos políticos, Eugênia Gonzaga, também participou do evento e expressou que a retificação é um avanço significativo na luta por reconhecimento.
A cerimônia não apenas trouxe alívio para os familiares, mas também reforçou a importância da memória histórica e da defesa da democracia. A ministra do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, compartilhou sua experiência pessoal ao perder um parente durante a ditadura, enquanto a militante Diva Santana convocou a juventude a continuar lutando pela soberania do país. Este evento marca um passo importante na busca por justiça e na superação das feridas deixadas pela repressão política no Brasil.

