O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, provocou uma crise diplomática ao visitar a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, no último domingo (3). Durante a visita, Ben Gvir afirmou ter realizado uma oração no local, desafiando as normas que regem um dos pontos mais sensíveis do Oriente Médio, considerado sagrado tanto por judeus quanto por muçulmanos.
A ação foi amplamente condenada por países da região, incluindo Jordânia, Turquia e Arábia Saudita, que a classificaram como uma "escalada perigosa". A Autoridade Palestina também criticou a visita, que violou um acordo histórico que proíbe orações judaicas na mesquita Al-Aqsa. O complexo é o terceiro local mais sagrado do Islã e o mais sagrado do judaísmo, e sua gestão é um ponto central no conflito entre israelenses e palestinos.
Além de sua oração, Ben Gvir sugeriu a ocupação total da Faixa de Gaza, em meio a críticas ao governo de Benjamin Netanyahu sobre as condições humanitárias na região. A visita ocorre em um momento delicado, com a guerra entre Israel e o Hamas em curso desde outubro de 2023, e pode prejudicar os esforços para um cessar-fogo. Netanyahu, por sua vez, reafirmou que a política de Israel em relação ao Monte do Templo permanece inalterada, apesar das tensões geradas pela visita de seu ministro.
O complexo da Al-Aqsa, que Israel ocupa desde 1967, é protegido por um acordo com a Jordânia, que permite visitas de não-muçulmanos, mas proíbe rituais religiosos judaicos. Nos últimos anos, a violação desse "status quo" por visitantes judeus nacionalistas tem gerado crescente preocupação e tensões na região.