A violência contra as mulheres no Brasil, frequentemente justificada por expressões como "descontrolado" ou "inconformado", revela um padrão alarmante de agressões que culminam em assassinatos. No dia 26 de julho, em Natal, a brutal agressão de Juliana Garcia dos Santos, que sofreu 61 socos no rosto de seu namorado Igor Cabral, expôs a gravidade dessa realidade. As imagens do ataque, capturadas por câmeras de segurança, viralizaram nas redes sociais, gerando indignação em todo o país.
A socióloga Isabelle Anchieta destacou em suas redes sociais que a violência não se limita ao ato físico, mas inclui humilhações e intimidações que visam silenciar as mulheres socialmente. "Um rosto deformado passa a carregar um estigma", afirmou, ressaltando que a intenção do agressor muitas vezes não é apenas matar, mas destruir a identidade e as oportunidades da vítima.
A desigualdade de gênero, enraizada em construções sociais, perpetua a discriminação e a violência. O conceito de crime de ódio, que ganhou visibilidade na década de 1970, reconhece que esses homicídios frequentemente envolvem violência sexual e desumanização, sendo parte de um processo contínuo de agressões. A compreensão dessas dinâmicas é essencial para desconstruir a cultura de violência e promover a igualdade de gênero no Brasil.